sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sequência Didática 4 - Jussara


Situação de Aprendizagem 
Texto: Avestruz, de Mário Prata

1º passo: Ativação de conhecimento de mundo; antecipação ou predição; checagem de hipóteses.

Perguntar aos alunos o que esperam de um texto que tenha como título “Avestruz”.
Se eles conhecem essa ave, os seus costumes, seu habitat etc.
Pedir aos alunos que desenhem a ave e depois comparem com a ave real.
Mostrar aos alunos imagens de avestruz.




Comentar sobre o autor, o modo como escreve, temas etc.

2º passo: Distribuir cópias do texto para os alunos.
A leitura deverá ser feita pelo professor e acompanhada pelos alunos.

Avestruz
Mário Prata
     O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
     Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.
     E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
     Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
     Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
     Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
     Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
     Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
     Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
     Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
     Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
     Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

3º passo: Fazer inferências locais e globais
Por que o garoto quer uma avestruz?
O lugar onde vive o garoto é adequado para se criar avestruz?

4º passo: Localização de informações; comparação de informações e generalizações.
Na sua opinião, o narrador realmente tem culpa pelo garoto querer a avestruz?
O que o narrador pensa sobre a ave?
Quais são as características da ave, presentes no texto?

5º passo: Recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e metas da atividade de leitura.
O narrador faz uma descoberta relacionada ao comportamento alimentar da avestruz, o que acontece após essa descoberta?
O garoto muda de ideia a respeito de ganhar a avestruz ?

6º passo: Percepção de outras linguagens; elaboração de apreciações estéticas e/ ou afetivas; elaboração de apreciações relativas e valores éticos e ou políticos.
Você achou engraçada a linguagem utilizada no texto?
No 7º parágrafo, o narrador utiliza-se de uma linguagem bem-humorada para descrever a ave, identifique onde está o humor.


7º passo: Percepções de intertextualidade; percepções de relações de interdiscursividade.
Apresentar a letra de música aos alunos e discutir a intertextualidade.

Avestruz
Compositor: Dé Di Paula, Zé Henrique

·         Letra


“Tava” cansado de viver lá na roça
De andar só de carroça, resolvi então mudar
Vendi meu sítio, vendi vaca e galinha
E peguei tudo que eu tinha na cidade fui morar
O meu dinheiro “tava” num banco guardado
Veio um cara engomado disse vou te dar uma luz
Mais que depressa peguei o meu capital
Fiz um negocio legal comprei tudo em avestruz
O paladar desse bicho é aguçado
“Tá” no seu papo guardado o dinheiro que eu pus

Avestruz hoje eu “tô” enrolado
Avestruz que bichinho esfomeado
Avestruz come terra e come gado
Avestruz realmente “tô” quebrado

Pra me ajudar a tocar este negocio
Arrumei foi muito sócio veja só no que foi dar
Cabeleireira empenhou sua tesoura
Diarista a vassoura hoje vive a reclamar
Tinha um amigo que dizia ser esperto
Teve prejuízo certo hoje “tá” desesperado
Foi a motoca, foi a égua e a poupança
Realmente foi lambança, só deu cheque carimbado
Até o vovô que guardava um dinheirinho
Comprou quatro filhotinhos lá se foi seu ordenado

Avestruz hoje eu “tô” enrolado
Avestruz que bichinho esfomeado
Avestruz come terra e come gado
Avestruz realmente “tô” quebrado

Neste negócio de comprar este bichinho
Fiquei falando sozinho e agora o que fazer
Comeu o carro, foi também a camioneta
Só não foi a bicicleta pois não consegui vender
Era feliz e vivia controlado
Com a família do lado não devia pra ninguém
Na quebradeira que esse bicho me deixou
Minha mulher me abandonou e meus amigos “tamém”
“Tô” apertado igual um pinto no ovo
Este bicho é um estorvo, nem me fale nesse trem

Avestruz hoje eu “tô” enrolado
Avestruz que bichinho esfomeado
Avestruz come terra e come gado
Avestruz realmente “tô” quebrado
Avestruz, comeu até minha aposentadoria!!!

Link: http://www.vagalume.com.br/de-di-paula-ze-henrique/avestruz.html#ixzz2VqJL16yq


Avaliação:Os alunos serão avaliados de acordo com a participação, interação com os demais alunos e o professor, expressividade e discussão oral a respeito da leitura do texto.
Sequência Didática desenvolvida para 5ªsérie/6ºano.


Para concluir a atividade:
Jussara Tocci Silva

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